Embrapa pesquisa aplicações de nanotecnologia para agricultura

Nanotecnologia pode otimizar produtividade nas lavouras e na engenharia de alimentos

A nanotecnologia, área que estuda estruturas de tamanho cerca de mais de mil vezes menor do que uma célula, também pode beneficiar a agricultura e por isso está no foco de pesquisas em tecnologia da Embrapa. Aplicações como nanofertilizantes entre outras na área de engenharia de alimentos são algumas das inovações apresentadas por Luciano Paulino, pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, em entrevista concedida ao programa Brasil Rural.

Materiais nanoestruturados são parte de uma tecnologia presente em nosso dia a dia nos componentes de smartphones, computadores. Na agricultura, a nanotecnologia viabiliza aplicações como os nanofertilizantes, que são usados para aumentar a produtividade de determinadas culturas por liberar nutrientes de forma mais lenta e prolongada e também é utilizada para vacinas e antibióticos.

A Embrapa investe hoje na Agronano, uma rede de estudos de nanotecnologia para a agricultura, com seis linhas de pesquisa principais em laboratórios, voltadas para produtos agropecuários e florestais. O uso da nanotecnologia possibilita realizar aplicação de substâncias em menor quantidade e com maior controle, o que permite ganho em eficácia pela liberação lenta dos princípios ativos.

No setor rural, a nanotecnologia oferece a possibilidade do direcionamento dos princípios ativos por nanoprecisão, como por exemplo de fármacos, vacinas, hormônios, herbicidas, fertilizantes ou pesticidas, fazendo com que sejam atingidos alvos muito específicos no organismo ou na cultura em que estão sendo aplicados. Ao mesmo tempo em que se evita o desperdício desses ativos e reduz o uso de agrotóxicos, o uso da nanotecnologia aumenta a eficiência do processo produtivo.

De acordo com Paulino, a nanotecnologia também tem amplo potencial de uso na medicina veterinária voltada para a pecuária, porém ainda é um campo pouco explorado. Além de poder desenvolver vacinas mais eficazes para a proteção da saúde dos rebanhos, também poderia melhorar o aporte nutricional de minerais, maximizando o processo produtivo.

Em termos de futuro da nanotecnologia, o pesquisador da Embrapa sugere ainda que é possível imaginar o desenvolvimento de nanomáquinas capazes de fazer reparos em nível genético e introduzir propriedades incrementais nos sistemas biológicos.

Fonte: Brasil Rural
→ Os temas publicados neste blog são de curadoria do presidente e CEO da GranBio, Bernardo Gradin.

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